O resgate à nostalgia anos 2000 e o movimento emo no cenário carioca

Já é fato que nos últimos anos o movimento emo voltou a estar mais aquecido e cada vez mais presente no público e nas bolhas roqueiras do Brasil. Principalmente a partir das tendências culturais de nostalgia com os anos 2000, o retorno da moda, da música e da estética emocore chegaram com tudo para uma geração que viveu o emo na adolescência e agora resgata essa energia. Nessa esteira vieram as festas com o tema emo, onde os maiores hinos de bandas como Simple Plan, Blink-182, Paramore, são cantados à plenos pulmões pelo público e se proliferam a cada dia.

Um evento que confirmou a demanda por esse tipo de música no Brasil foi o festival I Wanna Be Tour, que realizou sua primeira edição no país no ano de 2024, passando por Rio de Janeiro e São Paulo e reunindo nomes como All American Rejects, Simple Plan, The Used, além das nacionais, Fresno e NX Zero. Fora do país, festivais como o Vans Wraped e o When We Were Young, contam com edições recheadas de fãs a cada ano que passa. E não apenas festivais, mas também a vinda de bandas desse nicho para shows solo também marcam o momento aquecido para o público brasileiro: Fall Out Boy e My Chemical Romance estão com apresentações marcadas no país ainda em 2025, e causaram comoção no público nas vendas de ingressos.

No Brasil, o estado de São Paulo está quase sempre incluso nas rotas de shows e festivais. E provavelmente, por conta de sua população diversa, é conhecido por ser onde há uma demanda maior pelo emocore e indie. Mas a verdade é que há também um público carioca fiel, que resiste às temperaturas altas e insiste nas franjas, calças, no visual e no estilo – ou adapta para uma versão mais tropical, no qual diversos eventos e bandas independentes surgem a cada dia nesse cenário.

A festa E Eu Que Era Emo? é um dos grandes exemplos disso. Em atividade desde 2015, o evento acontece regularmente na cidade do Rio de Janeiro, reunindo aqueles que amam um rock triste para cantarem em uníssono. Já conhecido pelo público emo da cidade, os dj’s da festa já participaram de eventos como o Festival Polifonia, e shows em conjunto com bandas como o Menores Atos. A página da festa no Instagram reúne mais de 18 mil seguidores, onde são divulgadas as diferentes edições, que atualmente acontecem em outras cidades, como Belo Horizonte e São Paulo.

Após uma edição junina que aconteceu no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, reunindo um público grande, a E Eu Que Era Emo? realiza hoje, 27, seu primeiro evento com shows de várias bandas, onde os dj’s da festa ficarão responsáveis pela música dos intervalos. Reunindo bandas como Melton Sello, que vem ganhando destaque no cenário carioca nos últimos anos, Fake Honey, uma representante das bandas com protagonismo feminino em atividade atualmente no cenário underground, e The Mikes, banda que retornou às atividades recentemente, o evento promete misturar o melhor da festa e dos hinos emo com os shows ao vivo para o público, numa iniciativa de não apenas curtir e relembrar a nostalgia, mas também mostrar que o cenário se renova a cada dia, com bandas diferentes e novas.

Esse tipo de iniciativa mostra que não há estigma: seja em São Paulo, no Rio de Janeiro, ou em Belo Horizonte, a cena emo está viva, com novas bandas, novos eventos a cada dia, em todos os lugares. Além disso, é sempre bom lembrar da importância de apoiar movimentos e eventos independentes, que fazem esse ciclo acontecer para além das grandes produtoras e casas de show. Apoie seus amigos músicos!

Se você é do Rio de Janeiro e se interessou no evento, os ingressos estão disponíveis via Sympla. Garanta já seu ingresso.

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