Antes de se popularizar a partir do aclamado álbum de Charli XCX, o termo “brat” já era uma gíria comum em inglês, que é usada normalmente para fazer referência à uma pessoa mimada ou que apresenta um comportamento ruim, quebra regras etc. De fato, é essa a estética presente no sexto álbum de estúdio da artista, lançado em 2024.
Com letras que abordam temas sobre baladas, uso excessivo de álcool e drogas e uma sonoridade hyperpop tomada de elementos eletrônicos e beats acelerados, o “brat” de Charli XCX foi aclamado por retomar uma estética que há muito não se via na música pop, conquistando milhões de ouvintes e com certeza, extrapolando o público alcançado pela cantora até então.
Diante do gigantesco alcance do disco, que vai além da sonoridade e se desdobra em uma estética visual e de moda, um debate começou a pairar os fóruns de internet: O álbum de Charli foi uma inovação na música pop?
Comparações
Para alguns, a sonoridade e a estética do Brat são um retorno ao que ja havia sido apresentado por outras cantoras, como Demi Lovato – que apareceu entre as comparações pelo lançamento de Fast, um single dançante e que foi relacionado ao disco de Charli pelos fãs da artista – e Kesha, que teve seus maiores hits marcados por um estilo de curtição sem limites e uma relação com consumo de álcool e drogas, que inclusive aparecem em seus videoclipes mais famosos.
Vale salientar, que boa parte das comparações partem de pontos de vista que consideram o trabalho de Charli uma inovação, e colocam as artistas citadas como “plagiadoras” ao lançarem novos trabalhos que surfam nessa onda. No entanto, tanto Kesha quanto Demi Lovato possuem hits lançados ainda nos anos 2010-2015 que já se pautavam na estética de vida noturna. Um grande exemplo é o hit “Tik Tok“, de Kesha, no qual em um dos versos aparece a letra “Before I leave, brith my teeth with a bottle of Jack” (Antes de sair, escovo meus dentes com uma garrafa de Jack”, uma clara referência à bebida Jack Daniels.
Tem também a música “Neon Lights“, de Demi Lovato, que traz beats acelerados e um clipe totalmente ambientado nessa estética:
Independente das discussões, fato é que o Brat se consolidou como um dos maiores álbuns dos últimos anos, renovando a música pop e trazendo consigo várias artistas para esse estilo do hyperpop, que se fortaleceu no consumo de música aqui no Brasil. O álbum alcançou mais de 300 mil vendas só no Reino Unido, e os videoclipes no Youtube ultrapassam os 30k em visualizações. Carimba, que é brat!
