Hozier, cantor Irlandês, chega no Brasil em 2025 com a turnê Unreal Unearth. Inclusive, não é só pelos vocais incríveis e pelas letras carregadas que ele merece atenção. Andrew Hozier-Byrne é aquele tipo de artista que carrega uma combinação rara de beleza musical e responsabilidade social, e isso, logicamente, transborda no palco, na discografia e nas conversas que ele puxa com quem o escuta.
Ele se apresenta em São Paulo no dia 30 de maio (no Espaço Unimed) e no Rio de Janeiro em 1º de junho (no Qualistage), com abertura da cantora Gigi Perez. Os ingressos estão disponíveis no site da Ticketmaster.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que ele pisa em solo brasileiro: em 2024, o cantor já havia encantado o público no Lollapalooza Brasil, com uma performance que arrancou elogios nas redes sociais e emocionou quem assistiu. A passagem pelo festival deu um gostinho do que ele promete trazer de forma ainda mais íntima e completa agora, na sua turnê solo.

De “Take Me to Church” ao inferno poético de Unreal Unearth
Hozier ficou mundialmente conhecido em 2013/2014 com a música “Take Me to Church”, faixa que criticava a repressão da Igreja em relação à sexualidade, especialmente a LGBTQIAPN+. O clipe, que mostra um casal gay sendo perseguido de maneira violenta, viralizou e o transformou em uma voz potente e inesperada. Desde então, ele nunca se afastou dos temas que importam: justiça social, identidade, espiritualidade, e o impacto de instituições nas vidas privadas.
Seu trabalho mais recente, Unreal Unearth (de 2023), é uma jornada inspirada livremente na “Divina Comédia”, de Dante, com faixas que passeiam por diferentes “círculos do inferno” pessoais e coletivos. É um álbum sobre perdas, transformações, e sobre o que fica depois que o mundo desaba. Um disco denso, mas carregado de beleza.
Sexo, política e alma, tudo junto na música
O que sempre impressionou quem dá de cara com a arte de Hozier, é o modo como ele trata a sexualidade como algo espiritual, digno, político (seja lá como você deseja caracterizar) mas nunca como algo vulgarizado. Ele já afirmou que vê o desejo como algo sagrado, e que o modo como a sociedade (e as religiões) lidam com isso revela muito sobre nossos preconceitos.
Mais do que um artista que “apoia” causas, ele também coloca esses debates no centro de sua arte. A homofobia, a misoginia, o racismo e o impacto do capitalismo sobre a saúde mental das pessoas são temas que ele aborda sem transformar tudo em slogan. Hozier é muito mais sobre entregar reflexão com beleza, sem perder o peso do que está sendo dito.

Shows no Brasil: mais do que música
A passagem pelo Brasil promete ser íntima. Ao vivo, ele é conhecido pelos fãs por suas performances tocantes e profundas, sempre cercado de músicos extremamente profissionais e uma ambientação de cair o queixo. Dizem que é difícil sair de um show dele sem sentir que algo mudou dentro de si mesmo, algo que não é possível, muitas vezes, nomear.
Para um país como o Brasil, onde as discussões sobre corpo, fé, arte e política são tão complexas, receber Hozier é mais do que um evento musical, torna-se quase um encontro necessário.