Em show recheado de hits e público energético, Supercombo leva a turnê “Caranguejo” ao Circo Voador

Com quase 20 anos de carreira, a Supercombo é um grande expoente do rock alternativo no cenário atual. Ao longo dos anos a banda passou por diversas formações, participação em programa de TV, estouraram com “Piloto Automático”, e conquistaram uma multidão de fãs fiéis, que os acompanham por onde passam. 

Agora, em 2025, a banda estreia uma nova fase, com o lançamento da primeira metade do disco “Caranguejo”, que traz uma estética dos “metaleiros de praia”, misturando os elementos solares com a pegada dark do metalcore. Essa atmosfera é muito bem representada no videoclipe de “Piseiro Black Sabbath”, primeiro single do disco, no qual a banda aparece tocando na praia, mas com roupas dignas de uma estética dark, muito representada no rock. 

O grupo capixaba está rodando o Brasil com a primeira parte dessa nova turnê, e no último sábado (18) foi a vez do público carioca receber a apresentação deles. O Circo Voador ficou lotado, mostrando que nem a chuva foi capaz de desanimar o público da banda, que demonstrou muita energia e carinho durante todo o show, cantando as músicas a plenos pulmões. A setlist foi recheada de hits já conhecidos, reunindo um pouco dos principais discos deles, além de, é claro, tocarem as músicas novas. 

Foto: MADM

A apresentação do grupo trouxe novidades, onde podemos destacar o figurino da banda, preto com detalhes em laranja, cor que aparece predominante na capa do disco novo. Carol Navarro, baixista da banda, conversou com a gente nos bastidores e comentou que ela mesma foi responsável por tingir e produzir o figurino, processo que resultou em uma estética única e orgânica. Além disso, elementos de luz foram programados para seguirem a ordem das músicas tocadas na setlist, e esse detalhe fez toda a diferença, criando diferentes atmosferas para cada momento do show. 

A MADM teve uma conversa exclusiva com a banda nos bastidores do show, onde falamos sobre os detalhes do disco, das composições da banda, entre outros temas. Você pode conferir a entrevista na íntegra logo abaixo: 

ENTREVISTA

MADM: Qual é a sensação de trazer a estreia do álbum para o Circo Voador,, pro Rio de Janeiro, que é um palco histórico daqui, e é uma cidade que vocês sempre falam que o público recebe vocês muito bem, que sempre tem uma troca legal. Qual é a sensação de vocês, as expectativas pro show de hoje?

Léo Ramos: Cara, a gente ama o Circo, a gente tem memórias muito massa daqui, de shows que a gente fez em momentos muito emblemáticos na nossa carreira, então é sempre uma vontade muito grande. de trazer coisas para o Rio de Janeiro e mandar brasa com a galera. Então, acho que hoje é um dos dias que, assim, que a gente tá com uma expectativa muito forte e tenho certeza que vai ser muito incrível. 

MADM: Como foi a escolha de lançar o álbum em duas partes? Podem comentar um pouco sobre isso? 

Léo Ramos: A gente quis sair um pouco desse lance de sair single,só single… que eu acho que isso emperra um pouco a pessoa que quer ouvir. Eu odeio quando Netflix vai lançar uma série e lança um episódio toda sexta… parece que é para me encher o saco (risos). Eu quero ver tudo de uma vez, eu quero tudo e eu quero agora. Então, para meio que ser uma coisa meio a meio, literalmente, a gente decidiu dividir o disco em duas etapas. E também porque eu acho que é muito interessante você ter sempre o disco do ano, né? Porque, apesar de serem duas partes, é o mesmo disco. Então, quando a gente lançar a parte dois ano que vem, a gente vai ter uma nova oportunidade de fazer uma nova turnê, a gente vai também ter a oportunidade de juntar com esse que já saiu e ser o disco do ano também, do ano que vem. Então, pra gente estrategicamente e também pelo momento que estamos vivendo, de lançamentos e tal, a gente achou muito interessante fazer essa jogada e tem sido muito incrível até agora.

MADM: A gente viu que nesse disco, na primeira metade, vocês inovam na sonoridade, vocês trazem músicas mais alegres, mas vocês nunca deixam de falar de assuntos delicados, de assuntos tristes, digamos assim. E vocês têm um público muito jovem, né, que se renova muito, assim, eu acompanho vocês desde 2014 e eu vejo que o público se renova muito e acaba que vocês, a música de vocês faz parte da vida das pessoas, né, nesse aspecto também. E hoje em dia a saúde mental é um tema muito importante, né, de ser dito. Então, para vocês, como é isso? Assim, saber que a música de vocês toca a vida das pessoas, o que vocês pensam sobre isso?

Léo Ramos: Cara, assim, primeiro ponto é que a gente sempre faz música mais pensando na gente até do que no público, porque se elas funcionam pra gente, como uma trilha sonora da nossa vida e dos nossos momentos, a gente tem a noção de que pode ser que isso funcione também pras outras pessoas, e normalmente tem funcionado. Eu digo isso porque eu acho que a gente quer sempre levar o máximo de alegria e de felicidade para esse momento, nesse mundo em que estamos vivendo, que é tudo horrível, capitalismo tardio podre, genocídios acontecendo no mundo e tudo mais. Então, a gente quer ser.. como se fala? Uma chama de coisas boas em um momento breve vivido no show, e também quando as pessoas ouvem em casa ou na rua as nossas músicas. Então a gente quer ser isso, esse porto seguro sonoro, de certa forma, para as pessoas.

Esse nosso papo com a banda foi antes do show acontecer, e na mesma noite, outra banda capixaba ficou responsável por abrir os trabalhos. Foram os meninos da Maré Tardia, banda que faz um som interessante, misturando influências do rock alternativo/indie com o surf punk e o rock inglês dos anos 70/80. O público do Circo Voador foi bastante receptivo com eles, que entregaram muita presença de palco e uma sonoridade contagiante, com direito a rodinhas do público e muita participação de quem estava por lá. Após o show, nós conversamos rapidamente com eles, para sentir de perto a energia. Confira o papo logo abaixo:

MADM: A gente queria começar perguntando se vocês já estiveram no Rio de Janeiro antes, pra tocar, e se não, como está o coraçãozinho depois de entregar esse show no Circo Voador?

MT: Sim, a gente vem tocar no Rio de Janeiro desde 2023, mas hoje está sendo um marco para a banda. Foi nosso maior show até então, e em um lugar lendário como o Circo Voador, estamos muito felizes e muito gratos.

Gustavo: É a minha cidade favorita de tocar, o Rio!

MADM: Queríamos saber um pouco mais também sobre as influências no som de vocês. Quais são as referências de vocês, como vocês definiriam?

MT: A gente fala que é um surf punk. Tem um pouco de Amyl and The Sniffers, muitas bandas indie e punk desde os anos 1970 até hoje. Procuramos misturar o vintage com o indie e o punk clássico. A gente deu uma aprimorada nas referências, trazendo sonoridades mais contemporâneas, principalmente para esse segundo álbum.

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